Precisamos falar sobre auto-estima e aceitação!
A batalha da auto estima baixa e o exercício do amor próprio tem sido frequente na minha vida nos últimos anos. Em especial no último ano. Essa luta para me aceitar e amar do jeito que eu sou nunca foi fácil e por muitas vezes foi dolorida. Essa semana eu postei no Instagram uma série de fotos expondo meu corpo como eu nunca fiz e com legendas que descreveram essa minha luta dos últimos tempos. Resolvi trazer o assunto aqui para o blog, uma vez que posso alcançar mais pessoas. Se você não me conhece, prazer, Iasmim, 26 anos, carioca e vítima do bullying por anos a fio. Escrever sempre foi um passatempo, mas mais que isso, uma forma de me expressar e não me deixar intoxicar tanto. Normalmente guardo os textos para mim, mas já postei um ou outro nesse blog e hoje sinto que é meu dever compartilhar mais um desses textos secretos. E falar sobre aceitação, auto estima e feminismo.
Sofro preconceito por causa do meu corpo?! Não! Não pq sou magra, sou branca e sou cis, o que pra maioria das pessoas é ok. Só que, com toda mulher, eu sempre sofri MUITA pressão estética. “Você não tá doente?”, “Já fez exame pra saber se está tudo bem?”, “Tem certeza que é saudável?”,” Não tem bulimia ou anorexia não?”, “Vc come?”. Reta, magrela, Olívia palito, palmito, pau de vira tripa e a clássica pergunta “vc é trans?”.
Por isso e por varias outras coisas eu sempre tive problema de aceitar o meu corpo. Eu nunca me olhei no espelho e me achei bonita. Eu só conseguia enxerga coisas que eu queria mudar e nunca via as coisas que eu gostava. Passei muitos anos odiando meu corpo. Odiando não ter nascido igual as meninas da escola. Odiando não ter peito. Odiando quando perguntavam se eu era menino “antes”. Odiando furinhos, marcas, cicatrizes. Odiando. Odiando. Odiando.
Auto-estima e aceitação são um exercício diário!
Mais que odiando, escondendo. Escondendo debaixo de roupas largas, debaixo de casacos em um verão carioca onde a sensação térmica chega a 50°C. Daí veio o feminismo, o empoderamento e, em parte, a culpa por odiar algo tão meu quanto meu próprio corpo. Como odiar algo que me faz levantar, andar, respirar, alcançar meus sonhos e viver? Como motivar outras pessoas a se amarem, quando eu passava todo o tempo odiando a mim mesma?
Eu via fotos no Instagram de várias meninas tão magrelas e despeitadas quanto eu, felizes. Felizes com suas barrigas de fora. Felizes com seus vestidos decotados lindos. Felizes usando regatas, biquínis, aproveitando a vida. E eu? Eu escondia debaixo de um monte de roupa que me faziam morrer de calor. De um sutiã que me deixava toda marcada. Depois de muito trabalho dentro da minha própria cabeça e uma luta que por muitas vezes foi dolorida, eu consigo olhar no espelho e dizer que com todas as imperfeições que todos temos, meu corpo é perfeito. Não perfeito por ser magro e ter todos os membros, perfeito por ter saúde. Perfeito por ser meu. E NINGUÉM, NUNCA MAIS vai ter o direito de falar o contrário.
Pratique o amor próprio, eu te garanto que é delicioso.